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domingo, 30 de janeiro de 2011

PALAVRAS DE MEU FILÓSOFO FAVORITO

Minha postagem hoje é um tanto saudosista. Recordações de meu velho pai, enviadas pelo meu velho tio por e-mail.
Ontem meu pai me chamou para ver algumas fotos que meu tio havia enviado por e-mail. As fotos são lindas, de sua infância. Ficamos impressionados como meu filho se parece com o avô.
Mas lindas mesmo foram as palavras de meu tio Maurício, uma das pessoas mais inteligentes que conheço, que afirmou se sentir um viajante cansado, que deseja organizar suas coisas antes de partir e por isso, está organizando as fotos antigas, scaneando e guardando para a posteridade.
Forma bonita de ver a vida. Na verdade somos mesmo todos viajantes, com a única certeza de que nosso destino tem um ponto final.
Se conseguirmos deixar nossa marca, nossas idéias, nossa história em casa estação em que passarmos, podemos dizer que nossa jornada valeu a pena.
Essa tem sido minha luta. Saber que pude oferecer o melhor de mim como mãe, companheira, profissional do Direito, em prol da vida, da justiça, da igualdade, da liberdade, da fraternidade.
Nem sempre é fácil, pois a correria da vida, nos deixa submersos em um indivualismo e em um egoísmo exacerbado, na luta as vezes pela própria sobrevivência.
Mas ainda assim, tento a cada dia, parar para ouvir alguém, para aconselhar um amigo, para dividir o pouco conhecimento que possuo. Procuro não passar um colega para trás, nem obter lucros em virtude da ignorância ou pouco conhecimento do próximo.
Acordo todas as manhãs, crendo que aquilo que me pertence, já está a mim provido e que o Sol nasce para todos, abundantemente.
As privações de hoje são belas lições para o futuro e Deus, o Grande Arquiteto do Universo, como diria um amigo, dirige todas as coisas com Sabedoria e Soberania!
Ah! E vejam as fotos de meu "pai-menino".
Meu pai em 1950, a marca do futuro homem do campo..rs...


Com meu tio Maurício, no rio Piracicaba

Ainda no rio Piracicaba, pescando com meus avós e tio Dema

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Temores

Na sala escura só o brilho da TV permitia a visão dos acontecimentos. Em um sofá estava ele, deitado, assistindo um programa qualquer de TV.
Do quarto poderia se ouvir seus suspiros, aqueles que demonstram que alguém não está satisfeito e faz questão de demonstrar sua insatisfação.
Na cama, deitada, ela, virava de um lado para o outro. Sem sono, tensa, diante do conflito que enfrentara, sem conseguir um ponto de paz.
Em segundos pode visualizar todo seu passado. As inúmeras noites de insônia, os soluços ao pé da cama, as orações desesperadas por um livramento.
Os anos passaram depressa. Ela enfim pensara que seu passado fora enterrado juntamente com suas dores e ais.
Mas o sofrimento insistia em voltar, como se aquele peito lhe pertencesse, como se aquela alma fosse-lhe subjugada.
Amanhece e o dia recomeça. No peito, forte, permanece a dor. Mas a luz do dia espanta os maus sentimentos e a correria não oferece tempo para cultivar a dor.
Contudo o relógio corre.
A tarde chega.
A noite aproxima.
E só Deus sabe o que as próximas horas lhe reservam...

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

"Ousar lutar" e "Ousar Vencer"

Em um quarto da minha casa remanesce alguns livros de um primo historiador. Já fui rata de biblioteca, mas devido há vários acontecimentos, havia estacionado o velho hobby que me acompanha desde a tenra infância.
Contudo, retornei às velhas práticas e nesse fim-de-semana li "LAMARCA - O CAPITÃO DA GUERRILHA, de Emiliano José e Oldack Miranda.
Desde as discussões atuais a respeito da extradição do italiano Battisti, comecei a me interessar pelo tema "guerrilha" e li com avidez a saga do guerrilheiro Lamarca que "ousou lutar" e ousou morrer contra a Ditadura.
Tão logo findei a leitura, passei a ler GUERRA CIVIL, de Hans Magnus Enzensberger, poeta e ensaísta alemão, que chama a atenção aos protagonistas das atuais guerras civis, presentes em todo o mapa-mundi.
Dificilmente hoje presenciamos um seguidor de Che, Mao, simpatizantes de Fidel guerreando por um ideal social.
Apesar das diferenças peculiares, Hans chama a atenção ao caráter autista dos criminosos atuais e da incapacidade de distinguir destruição e autodestruição.
"Comparados aos atuais, os combatentes do passado eram homens crédulos. Davam grande valor ao matar ou morrer em nome de algum ideal; mantinham-se ligados 'inflexivelmente', 'ferreamente', 'fanaticamente', etc. ao que se considerava outrora uma visão de mundo, ainda que fosse a mais aberta."
Hoje, diferentemente, os guerrilheiros não necessitam de visão de mundo. O ódio é suficiente.
"Qualquer trem de metrô pode tornar-se uma Bósnia em miniatura. Para um novo pogrom não se necessita mais de judeus e para uma nova purificação social dispensa-se a presença de indesejáveis contra-revolucionários".
Basta que torça para outro time de futebol, fale outra linguagem, tenha outra opção sexual, resida em outro morro, etc.
É uma guerra molecular travada onde ao mesmo tempo se assassina e se suicida. O futuro deixa de ser refletido, consequências deixam de existir, persistindo o "tempo presente" com um instinto de morte que ultrapassa o instinto de preservação da vida.

sábado, 22 de janeiro de 2011

Pensando no fim

Um dos assuntos grandemente debatidos e atuais é a Ortotanásia, o não prolongamento da vida do paciente terminal por procedimentos artificiais.
Ontem assisti um caloroso debate no programa Vejam só, da RIT, com o entrevistador Eber Cocareli.
O programa que possui enfoque religioso recebeu comentários calorosos dos expectadores, ora no sentido de que o procedimento é válido, tendo em vista o direito de uma morte digna, ora no sentido de que não deve ser estimulado, pois enquanto há vida, há esperança.
Pesquisando o assunto, encontrei uma sentença recentemente prolatada pelo Juiz Federal Substituto da 14ª Vara do Distrito Federal, julgando improcedente a Ação Civil Pública movida pelo Ministério Público Federal em face do Conselho Regional de Medicina. A decisão aborda o assunto sob vários enfoques e vale a pena ser lida.
Aos estudiosos, pensadores e apreciadores da matéria, segue o link:
http://abcpaliativos.files.wordpress.com/2010/12/sentenca1.pdf
(créditos da imagem: blog pedrolessi.wordpress.com)

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

EM BUSCA DA JUSTIÇA

Volto hoje das minhas breves férias, que tiveram início antes do Natal. E volto com chave de ouro. A primeira audiência hoje foi minha, com 13 testemunhas arroladas. Confesso que imaginei que ficaria a tarde toda no fórum, haja vista que o processo não era nada fácil. Graças a Deus, fechamos um acordo, após 1 hora e meia de diálogo.
Interessante o que o amadurecimento provoca em nós, advogados. No início da carreira, saia decepcionada quando o feito terminava em um acordo. A instrução, os debates, me eram interessantíssimos. E ainda o são.
Contudo, passo a olhar com olhos mais justos a situação real de meus clientes, cuja demora no processo, muitas vezes garante uma decisão justa, mas ineficaz.
O caso de hoje, cujos detalhes eu não darei, por questões éticas, me fez repensar no início desse ano. Muitas vezes o procedimento legal não atinge a finalidade emergente de quem dele necessita. E algumas manobras são necessárias a fim de prevenir maiores males.
Pois então, por mais paradoxal que seja, nem sempre o que é legal é justo. E por vezes, o justo se distancia do legal.
Gostaria apenas de propor uma questão para reflexão:
O justo pode se distanciar da moral?
Abs.
E até amanhã!

domingo, 9 de janeiro de 2011

CONVERSA DE FIM DE NOITE

Nesta semana estive em uma reunião com alguns amigos, visando uma nobre causa que brevemente deverei citar aqui no blog. Fim-de-noite, cumprindo os últimos deveres a nós incumbidos ( a mim e ao colega Edson Morita, autor do blog advogadomorita.blogspot.com) - uma prazerosa conversa com um médico pra lá de gente boa - Edson me propos o desafio de montarmos um blog. Comentei com ele que havia pensado nisso exatamente naquele dia e disse que ia pensar melhor a respeito, mas que achava uma excelente idéia.
Meu "pensar a respeito", com toda minha herança cultural mineira, seria pesquisar alguns dias, pensar, pensar e pensar a respeito do tema, layout, estilo entre outras coisas.
Pois não é que algumas boas horas depois, recebo um e-mail de Morita, anunciando seu blog e já com duas postagens?
Ao bom amigo que merece o apoio nesta empreitada, inaguro minhas postagens, iniciando uma parceria intelectual nas discussões jurídicas e nas reflexões da vida.
Convido os amigos, colegas, navegantes a se achegar e contribuir.
Abraços fraternos a todos.